Na última quarta-feira (15), o Ministério da Saúde publicou uma nota informativa em que recuou e passou a não recomendar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Agora, a orientação do ministério é que não seja feita a vacinação deste grupo.
A vacinação deve ficar restrita a três perfis específicos:
- adolescentes com deficiência permanente;
- adolescentes com comorbidades;
- e adolescentes que estejam privados de liberdade.
A nota informativa contraria uma outra publicada pela pasta em 2 de setembro, que recomendava a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15. A decisão foi tomada dentro de um contexto de aumento dos relatos de falta de vacinas no país, sobretudo para a segunda dose.
Além disso, esta é a segunda vez que o ministério volta atrás na semana: na quarta-feira, após o ministro Marcelo Queiroga dizer que há “excesso de vacinas”, o governo voltou atrás e manteve o intervalo de 12 semanas para a segunda dose da vacina AstraZeneca. A previsão era reduzir para 8 semanas neste mês.
O ministério ressalta que os adolescentes sem comorbidades formariam o “último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro”. Em suas justificativas para deixar de prever o público amplo, a nota argumenta que a “Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”.
Entretanto, a afirmação não corresponde ao posicionamento da entidade. A OMS afirma que “crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença”, mas na sequência não traz indicação contrária: diz apenas que a vacinação ampla deste público é “menos urgente” do que vacinar outros grupos, como pessoas mais velhas, com comorbidades e trabalhadores da saúde.
Por fim, o governo ressalta a “redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico”.