A família da paraibana Silvana Pilipenko que mora em Mariupol, na Ucrânia, procura a artesã que não entra em contato desde 3 de março. A cidade está sob cerco do exército russo desde o dia 28 de fevereiro.
A paraibana é casada há 26 anos com o ucraniano Vasyl Pilipenko, capitão da marinha mercante. Eles se conheceram em uma festa em Santos, em São Paulo e depois de dois meses, se casaram na Paraíba.
Em um vídeo enviado há duas semanas, Silvana explicou que a família não tinha como deixar a cidade. Ela estava abrigada no apartamento da sogra junto com o marido. Explicou que a cidade faz fronteira com a Rússia e não daria para sair por lá. A outra opção seria atravessar todo o território do país para sair por outra fronteira, mas essa opção não era viável.
Ela também relatou dificuldade em conseguir comida e de se locomover. Ainda, falta de táxis e internet. A comunicação com a família estava sendo apenas por meio do celular usando dados móveis e a ela chegou a avisar que poderia perder o contato com os parentes do Brasil a qualquer momento, por conta dessas dificuldades.
Apesar disso, Silvana conseguia se comunicar todos os dias até 3 de março. Na ocasião, chegou a ligar para a família e depois não fez mais nenhum contato.
Maripuol tem cerca de 400 mil habitantes. Há alguns dias, uma tentativa de evacuar a população civil fracassou devido aos constantes bombardeios russos. Contudo, na terça-feira (15), o conselho municipal informou que dois mil carros particulares conseguiram deixar a cidade.
Por meio de nota, o Itamaraty informou que tem conhecimento do caso e, por meio do escritório de apoio em Lviv, tem mantido contato regular com familiares de Silvana. Também disse que organizações internacionais de apoio humanitário presentes na cidade já foram acionadas para tentar localizá-la, mas que não teria autorização para passar mais detalhes.
Segundo a sobrinha de Silvana, Maria Beatriz, o governo brasileiro só informa que há um grupo em um aplicativo de mensagem para que os brasileiros possam entrar em contato e desse modo, pegar um trem para tirá-los da Ucrânia pela Polônia, para depois pegar um voo para o Brasil. Mas os cidadãos brasileiros precisam de internet para conseguir entrar em contato. Não há uma equipe específica dentro do país para retirar os brasileiros.
A família acompanha grupos internacionais em busca de informações sobre bombardeios na rua em que ela estava, mas não conseguiu obter informações até o momento. A mãe de Silvana, Dona Antônia, tem esperanças de encontrar a filha: “Se ela tivesse morrido ela tiria vindo me dar um aviso, ela tinha vindo me dá um abraço”.
Os familiares também entraram em contato com a embaixada do Brasil e com a Frente Brazuca para pedir notícias, mas também não obteve sucesso. Ainda, segundo a família, o filho de Silvana está a trabalho em Taiwan e tentará entrar na Ucrânia em breve para procurar por notícias da mãe.