A denúncia apresentada contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) e os ex-secretários Livânia Farias, Cláudia Veras e Waldson Sousa, além de outros investigados, no âmbito da Operação Calvário, foi enviada na tarde desta segunda-feira (25), para o juiz Eslu Eloy Filho, da 7ª Vara Criminal de João Pessoa.
O Ministério Público pediu a condenação dos acusados, a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo, além de multa de R$ 49,3 milhões a título de reparação do que teria sido desviado dos cofres públicos.
Na denúncia, o MP aponta para os suposto crimes de corrupção ativa e passiva, fraudes em licitação e peculato. De acordo com o Gaeco, teria havido pagamento de propinas por parte da Cruz Vermelha a agentes públicos. E que entre os meses de julho 2012 a junho de 2017 foram desviados cerca de 49 milhões de recursos públicos.
Os réus têm dez dias para que possam apresentar defesa à denúncia protocolada pelo Ministério Público. São eles:
- Ricardo Coutinho – ex-governador;
- Daniel Gomes – ex-diretor da Cruz Vermelha;
- Livânia Farias – ex-secretária estadual;
- Waldson de Souza – ex-secretário estadual;
- Claudia Veras – ex-secretária estadual;
- Karla Michele Vitorino Maia – ex-auxiliar do governo;
- Leandro Azevedo – ex-auxiliar do governo;
- Saulo de Avelar Esteves – ex-auxiliar do governo;
- Ricardo Elias Restum Antonio;
- Milton Pacífico José de Araújo;
- Saulo Pereira Fernandes;
- Keydison Samuel de Sousa Santiago;
- Michelle Louzada Cardoso.
O ex-governador Ricardo Coutinho e outras 12 pessoas foram denunciados em setembro de 2021 por suspeita de fraude envolvendo a licitação que resultou na renovação do contrato da Cruz Vermelha Brasileira para a administração do Hospital de Emergência e Trauma, em 2012. A Organização Social geriu a unidade hospitalar entre 2011 e 2019.
Os juízes José Márcio Rocha Galdino e Geraldo Emílio Porto, sorteados para julgar o caso, tinham se averbados suspeitos e pediram a redistribuição do processo.
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) entendeu que todos os dados colhidos durante a investigação mostram que Abath não aceitava o que era ofertado pelos outros acusados.
O juiz Eslu Eloy Filho arquivou o trecho que tratava-se sobre a ex-secretária de Saúde da Paraíba, Roberta Abath. “Roberta Abath era uma peça que não se encaixava no quebra-cabeça da ORCRIM que, desde 2011, implementava uma mecânica criminosa concatenada para desviar recursos públicos da saúde, posta em execução nos contratos de terceirização do Hospital de Trauma, mantido entre o Estado da Paraíba e a CVB/RS”, diz o órgão.
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