Mesmo com uma decisão judicial em favor dos usuários de ônibus, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Campina Grande (Sitrans-CG) mantém suspensa a circulação de quatro linhas. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (9) pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (STTP).
A suspensão das linhas 903-B, 910, 902 e 955, que ligam Campina Grande aos distritos de São José da Mata, Jenipapo, Estreito-Salgadinho e Galante, foi anunciada na quinta-feira (5). As empresas alegam que a remuneração tarifária não cobre os custos da operação dos ônibus, tornando insustentável a prestação do serviço.
Na sexta (6), a 2ª Vara de Fazenda Pública proibiu o sindicato de suspender a circulação dos ônibus. O Sitrans não cumpriu a ordem e, no sábado (7), o município amanheceu sem ônibus. O diretor da entidade foi intimado oficialmente a cumprir a determinação no próprio sábado, sob pena de multa diária de R$ 20 mil, mas ainda assim, tem ignorado a justiça.
O prefeito Bruno Cunha Lima disse nesta segunda-feira (9) que as empresas responsáveis pelo prejuízo aos cidadãos devem apresentar dados solicitados no prazo de 48h para que haja negociação. Ele também ameaçou a judicialização para solucionar o caso e a contratação de novas empresas, caso a negociação não avance.
“Iremos dar esse prazo, mas se não houver a retomada do transporte, iremos judicializar o caso, bem como suspender contratos e ver novas empresas”, disse.
O gestor explicou que as empresas estão ferindo o direito do cidadão e garantiu que irá trazer de volta o transporte público para os distritos afetadas pela suspensão de linhas de ônibus, mesmo após uma decisão judicial ter determinado o retorno.
“Houve uma total feita de respeito com a população dos distritos e da zona rural de Galante, São José da Mata, Jenipapo e Salgadinho/Estreito”, destacando ainda que ” nem com a ordem judicial, aplicando multa diária de R$20 mil as linhas retornaram. Isso é absurdo”, criticou.
Para agilizar o processo da negociação, foi instaurada uma comissão que irá reavaliar todos os dados repassados pelas empresas que prestam os serviços, com a contratação de consultoria especializada. “Vamos buscar o interesse da cidade em primeiro lugar e da população que está sendo duramente desrespeitada e tendo um direito básico suprimido”, destacou.