O empresário Johannes Dudeck, que é suspeito da morte da estudante Mariana Thomaz, refutou a acusão de estupro, durante a audiência de instrução que foi retomada nesta sexta-feira (20). Durante o depoimento, ele alegou que, antes da morte da estudante, houve a prática do “sexo não convencional”.
Johannes afirmou, durante o questionamento da defesa, que usou o estilo BDSM durante o ato sexual. O termo faz referência a um conjunto de práticas sexuais que envolve bondage – amarrar e prender o parceiro -, dominação, submissão e sadomasoquismo. O suspeito garantiu que a relação sexual aconteceu com o consentimento de Mariana.
Ele voltou a afirmar que não cometeu o crime e disse que a estudante teria sofrido uma convulsão após o uso de drogas. O empresário disse que teria se deparado com um ataque convulsivo da estudante e que tentou socorrê-la, pegando-a pelo pescoço para aferir os seus batimentos cardíacos. O laudo da perícia da Polícia Civil apontou esganadura como causa da morte.
“Coloco os dedos indicador e do meio para saber o pulso dela, isso ao mesmo tempo em que estou em ligação com o Samu. Fiz todo esse manuseio. Eu a coloquei no chão. Ela não caiu no chão”, frisou.
Quando foi questionado sobre o histórico de crimes relacionados à violência, o empresário explicou que na relação dele com Mariana “não havia nada pegajoso, era tudo normal” e que “o máximo que aconteceu foi, assim, quando ela conversou sobre a situação do ex”, que ele disse ter ficado chateado.
A audiência começou na última sexta-feira (13), de forma semipresencial, no Forúm Criminal de João Pessoa e por videoconferência. Foram ouvidos os depoimentos de testemunhas, mas o do acusado de matar a estudante, o empresário Johannes Dudeck, foi adiado para esta sexta, a partir das 9h.
A defesa de Johannes solicitou a retirada da algema, mas a juíza Fancilucy Rejane de Sousa entendeu que, devido à baixa escolta, ele deveria permanecer algemado.
Conforme a promotora de Justiça, Artemise Leal Silva, outras duas das quatro testemunhas de defesa foram designadas para serem ouvidas.
O suspeito já respondeu aos questionamentos da acusação e respondia à defesa por volta das 12h.
Um dos documentos apresentados pela defesa foi um laudo pericial, que foi emitido por uma instituição privada. Esse documento teria um parecer diferente do apresentado pela Polícia Civil, e refutaria a hipótese de estupro contra a estudante.
O julgamento segue durante a tarde desta sexta. Se finalizado, Johannes pode se tornar réu e ser submetido ao júri popular.