O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente o trabalho dos médicos da Unidade Saúde da Família (USF) Integrada Saúde e Vida, no bairro de Esplanada, e da USF Ilha do Bispo, no bairro homônimo. Ambas estão localizadas em João Pessoa.
Os postos de saúde foram fiscalizados na segunda-feira (23) e estão interditados desde essa quarta-feira (25), por apresentarem problemas estruturais que o CRM-PB classifica como “graves” e por não possuírem equipamentos básicos para os atendimentos. Segundo o Conselho, essas questões põem em risco a integridade física de profissionais e pacientes.
Devido às fortes chuvas dos últimos dias, metade do prédio da USF Saúde e Vida estava sem energia elétrica, desligada preventivamente. Na entrada do prédio e nos ambientes de atendimento havia várias goteiras. Essa USF funciona com quatro equipes de saúde da família, disponibilizando quatro consultórios médicos. E, ainda de acordo com o CRM-PB, todos apresentavam problemas estruturais e falta de equipamentos.
O Conselho ponderou ainda que a sala do citológico também apresenta mofo intenso, buracos na parede, sanitário com vaso e lavatório sem funcionar. Por estes motivos, a unidade está há seis meses sem realizar coleta de material para citologia vaginal. No momento da vistoria, a sala de coleta estava alagada por vazamento no teto, junto às instalações elétricas. A sala de curativos estava com infiltração, mofo e sem energia.
“A USF apresenta problemas graves em sua estrutura física, muitos deles já identificados em fiscalizações anteriores, e que vêm se agravando, sem medidas saneadoras, culminando com uma situação de insalubridade. A interdição ética do trabalho médico visa preservar a saúde e a integridade física de médicos e pacientes”, explicou o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
Já na USF Ilha do Bispo, parte da estrutura física já estava interditada pela própria equipe da unidade, por falhas que culminaram na queda total ou parcial do teto de diversas salas, incluindo o consultório médico e a sala do citológico, colocando em risco a integridade física dos profissionais e dos pacientes.
Além disso, a USF não possui sala de espera com cadeiras, nem sanitários para os pacientes. E faltam equipamentos básicos para o atendimento médico, como estetoscópio (adulto e infantil), otoscópio, oftalmolscópio, lanterna clínica para exames, dentre outros.