A partir das mudanças de negócios em plataformas, o cientista e professor da TDS Company, Silvio Meira, e a mestre em comunicação e consultora em marketing da LeFil, Rosário Pompéia, identificaram alguns sinais importantes. E o que eles mostram? Que entramos em uma nova fase do marketing e que não é mais possível seguir a mesma receita de sempre! Por isso, Silvio e Rosário decidiram reunir as tendências em um documento chamado Manifesto sobre o Marketing do Futuro, que foi lançado hoje em Campina Grande, no Sebrae, no Catolé.
“Observamos que as teorias que aprendemos em relação ao marketing não estão dando conta de toda a revolução que estamos passando pela aceleração do digital. É preciso que tudo seja retestado, incorporando novos componentes, que não são apenas a inteligência artificial, mas a estratégia do marketing junto ao negócio. Precisamos ir além do combo de criação de conteúdos, anúncios e inbound” , explica Rosário.
De acordo com Silvio Meira, construir o marketing do futuro exige mudanças estruturais nos departamentos de marketing das empresas. Ele demanda a criação de novas narrativas capazes de conectarem comunidades, tendo como pano de fundo uma troca significativa das antigas bases analógicas – ou analógicas digitalizadas – por um ambiente onde as pessoas estão no centro do negócio e redefinem, a todo tempo, não só o negócio, mas o mercado.
Com o Manifesto, os criadores do documento querem provocar os profissionais e organizações sobre novas formas de se fazer marketing, mas também receber opiniões, críticas e sugestões para que, em novembro, o, seja lançada uma versão atualizada incorporando todas as contribuições.
ALGUMAS TENDÊNCIAS APONTADAS NO MANIFESTO
1. No curto prazo, o esforço de marketing ficará mais caro com a inclusão de tecnologias, dados e maiores investimentos de empresas. No médio prazo, os custos irão cair e os retornos irão aumentar. Além disso, a pressão regulatória e os custos vão impossibilitar certos tipos de ações específicas. Será preciso criar ecossistemas para ter resultados.
2. Não teremos influenciadores como hoje. As narrativas serão co-criadas por um conjunto de pessoas e iremos perder a noção de quem as criou. Os robôs e a inteligência artificial também estão aí pra isso.
3. Não irá mais existir marketing de produto. À medida que todo produto se torna serviço, toda estratégia de marketing será pensada para e orientada por serviços.
4. O espaço físico ganha relevância, cada vez mais, no marketing, se tornando o locus mais efetivo para captação de muitos tipos de leads.
5. O termo audiência cairá em desuso. O que iremos fazer é medir as ações que as nossas campanhas causaram e a ação correspondente, para impulsionar o movimento de rede.
Sobre os autores
Silvio Meira: cientista chefe da TDS Company, consultoria estratégica para negócios, professor extraordinário da cesar.school, professor emérito do cin.ufpe.br, recife, um dos fundadores do Porto Digital, onde preside o conselho de administração. Ele faz parte dos conselhos da ci&t, magalu, mrv e tempest e comitês consultivos e de inovação da anima, dpsp, zro bank e banco abc. Foi fellow e faculty associate do berkman klein center, harvard university e professor associado da escola de direito da fgv-rio. É engenheiro eletrônico pelo ita, msc em informática pela ufpe e phd em computação pela university of kent at canterbury, uk.
Rosário Pompéia: sócia fundadora da LeFil, uma consultoria em estratégia de marketing, jornalista, com especialização em ciência política e mestrado em Economia da Comunicação Social pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente, é professora da Católica Business School da Universidade Católica de Pernambuco e da cesar.school. Entre as suas especialidades, reúne competências em Planejamento Estratégico de Marketing, Reestruturação de Times de Marketing e aplicabilidade de Consumer Insights em projetos digitais.