O Consórcio Nordeste se posicionou, em nota, sobre a declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que defendeu a formação da frente Sul-Sudeste em oposição às destinações orçamentárias e investimentos às regiões Nordeste e Norte, no Lula III.
Historicamente, as regiões Sul e Sudeste foram mais aquinhoadas pelas verbas federais do que o território nordestino e os estados nortistas. A nota do colegiado faz menção a isso. “Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”.
Na nota, o Consórcio Nordeste afirma que o colegiado “não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento”.
Para os governadores nordestinos, é legítimo que os estados do Sul e do Sudeste se unam, o que representaria “um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país”. Porém, eles destacam que “esse avanço só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo”.
O Consórcio Nordeste considera que Zema estimula uma cizânia para manter um modelo de distribuição de recursos que só perpetua as desigualdades sociais. “Nesse contexto, indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades”, enfatiza a nota.
Antes da nota do Consórcio Nordeste, o governador da Paraíba e presidente do colegiado, João Azevêdo (PSB), já havia se manifestado sobre a declaração de Zema. “Fica difícil de entender se é desconhecimento ou realmente uma intenção clara de criar uma cisão entre regiões, o que não é de interesse de ninguém. Eu nunca ouvi isso dos outros governadores do Sul e do Sudeste. É um grande equívoco e foi uma infelicidade muito grande do companheiro Zema”, afirmou o governador ao Estadão.