O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de um ex-servidor da Vara do Trabalho de Itaporanga por utilizar documentos falsificados para movimentar valores, com o objetivo de quitar dívidas pessoais. Ele falsificou mandados para transferir recursos de contas judiciais e das contas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) das cidades de Ibiara e Nova Olinda, no Sertão.
A artimanha levou a um desfalque de R$ 65,2 mil (valores da época).
A sentença, da 14ª Vara Federal em Patos, determinou uma pena de 3 anos e 4 meses de prisão em regime aberto, além de multa.
O réu também foi condenado à perda de cargo público, eventualmente ocupado, e deverá pagar uma indenização de R$ 28,3 mil, a ser atualizada pela Justiça Federal. O condenado poderá substituir a pena privativa de liberdade pelo pagamento de multa no valor de R$ 5 mil e prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, observadas as aptidões do condenado. Ele poderá recorrer em liberdade.
O esquema
Entre os anos de 2019 e 2020 o réu usou o cargo que ocupava na Vara do Trabalho de Itaporanga para falsificar mandados judiciais por dez vezes, de forma continuada, com o objetivo de movimentar ilegalmente os valores.
De acordo com a denúncia, foi constatada uma engenharia financeira para ocultar a participação do beneficiário final dos recursos transferidos e dificultar o rastreamento dos valores.
A materialidade e a autoria do crime foram confirmadas na fase de investigação, a partir da apreensão dos celulares dos envolvidos com conversas que revelaram um esquema de empréstimos e transferências de dinheiro. Os diálogos indicam que o réu tomava dinheiro emprestado a juros e usava a movimentação ilegal de valores de contas judiciais para quitar as dívidas pessoais. Além disso, foram apreendidos diversos documentos que comprovam as transferências, como comprovantes de depósitos.