Com a saída de Flávio Dino do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deputados de oposição miram no novo titular, Ricardo Lewandowski.
O que aconteceu
Os deputados oposicionistas já se articulam para convidar Lewandowski para ir à Comissão de Segurança Pública da Câmara na volta dos trabalhos legislativos. Eles querem explicações sobre as medidas de combate ao crime organizado.
Alvo recorrente da oposição, Dino foi convocado diversas vezes para falar. No final do ano passado, entretanto, faltou a algumas convocações e irritou os bolsonaristas. Senadores de oposição citaram as ausências durante a votação do nome de Dino ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O atual presidente do colegiado, deputado Sanderson (PL-RS), afirmou que irá apresentar um requerimento de convite. Lewandowski iria voluntariamente explicar o que pretende fazer à frente do ministério.
Se o ministro se recusar a comparecer, será convocado, como aconteceu com Dino. Para o deputado, Lewandowski “não conhece nada sobre segurança pública e terá dificuldades em produzir ou conduzir um programa de enfrentamento ao crime organizado”.
A segurança pública tem sido usada como foco de críticas para o governo Lula. Um encontro entre secretários da pasta com a mulher de um líder do Comando Vermelho serviu como combustível para ataques dos bolsonaristas contra Dino em 2023.
O governo tinha minoria na comissão, por isso ficava refém de acordos com bolsonaristas para evitar convocações de ministros. A composição do colegiado pode mudar neste ano.
A presidência e os integrantes das comissões mudam anualmente. Se o PL mantiver a presidência do colegiado, desponta como favorito na bancada o deputado Alberto Fraga (PL-DF). O presidente tem o poder de comandar a pauta, ou seja, o que será votado.
O governo terá de negociar e trocar cadeiras com partidos aliados. Se os indicados seguirem o perfil atual da comissão, o Planalto continuará sofrendo derrotas e desgaste no colegiado.
A troca na pasta ocorreu após o presidente Lula (PT) indicar Dino ao STF. O chefe do Executivo anunciou anteontem o nome de Lewandowski, ex-ministro da Corte, para chefiar o ministério.