A disputa para integrar a equipe de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça tem sido acirrada entre políticos e advogados. Nos bastidores, padrinhos se movimentam para emplacar nomes nos postos mais valorizados da pasta – entre eles, os que têm o controle das nomeações para tribunais de todo o país.
O advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas, tem tentado incluir integrantes do grupo na equipe do Ministério da Justiça. Um dos cotados é Georghio Tomelin, doutor pela USP (Universidade de São Paulo), onde Lewandowski leciona. Do Prerrogativas, também está no páreo Jean Keiji Uema, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais. Ele ajuda o ministro Alexandre Padilha a definir nomeações para cargos públicos.
Integrantes do PT também têm tentando emplacar nomes para a pasta. A campanha maior é pela nomeação de Benedito Mariano na Secretaria Nacional de Segurança Pública. Mariano é secretário de Segurança de Diadema (SP) e preside o Conselho Nacional dos Secretários e Gestores Municipais de Segurança.
O nome de Manoel Carlos de Almeida Neto é o único dado como certo. Ele foi secretário-geral do STF (Supremo Tribunal Federal) quando Lewandowski presidia a corte. Agora, deve substituir Ricardo Cappelli na Secretaria Executiva, como noticiou o UOL na semana passada.
Quando anunciou o nome de Lewandowski na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu autonomia ao ministro para montar a equipe. Na prática, porém, é esperado que Lula opine sobre os escolhidos para os postos mais sensíveis.
Lewandowski mantém segredo sobre os integrantes da equipe. Até agora, não procurou nenhum secretário para falar de permanência ou transição. Os secretários consideram mais provável que sejam substituídos e estão apreensivos com a transição – que, para alguns deles, já deveria ter começado.
Lewandowski, porém, deve iniciar as conversas com a equipe atual do Ministério apenas depois de ser nomeado, na sexta-feira (19). A posse está marcada para 1º de fevereiro.