Se é verdade que no forró de Bruno de Cunha Lima só quem tocava o fole era ele, seu trio agora tem a garantia, de novo, do campeão de votos e avalista da sua eleição em 2020, Romero Rodrigues.
Já na oposição de Campina Grande faltam instrumentos para tantos artistas. Com as desincompatibilizações em junho e as pré-candidaturas dos ex-secretários de João Azevedo – Johny Bezerra, Rosália Lucas e André Ribeiro – o cenário entre os opositores para a montagem das peças no tabuleiro se tornou bastante tumultuado. Para quem não tinha candidato até o lançamento dos ex-secretários de João, exceto o deputado estadual Inácio Falcão, a oposição passou a ter candidatos demais.
A inflação na oposição ainda foi elevada com o lançamento, nos últimos dias, do bolsonarista Artur Bolinha.
Se Romero Rodrigues confirmasse a sua, todos os demais seriam rapidamente esmagados, e aí a competição seria para compor a chapa dele como vice.
Entretanto, qual fato novo poderia surgir após a desistência de Romero para provocar uma reviravolta?
Quem enxerga as variáveis da política de Campina sabe que a palavra “recall” é fundamental para cacifar um nome competitivo nessa refrega. O nome apresentado pelo grupo Ribeiro, da ex-secretária de Turismo da Paraíba, Rosália Lucas, é insuficiente para alterar o script da eleição. Mas…
E se… Daniella Ribeiro, candidata a vice-prefeita de Campina Grande em 2004, vereadora entre 2009 e 2011, deputada estadual entre 2011 e 2018, senadora eleita e mais votada na cidade em 2018, mãe do vice-governador da Paraíba e irmã de um dos congressistas mais influentes do Brasil, encarasse a disputa contra Bruno?
Ou se… Enivaldo Ribeiro, prefeito entre 1977 e 1982, deputado federal entre 1995 e 2007, avô do vice-governador da Paraíba e pai de um dos congressistas mais influentes do Brasil, hoje com 89 anos, mas em pleno vigor físico e mental, com a disposição de um super-herói em quadrinhos e uma sinceridade ginasial, topasse a missão de entrar na disputa, nem que fosse para falar algumas verdades ao atual prefeito de Campina Grande?
Com todo respeito e admiração pela ex-secretária Rosália, mas tanto a senadora, quanto o ex-prefeito, alterariam de forma impactante o quadro que está posto a poucas horas do deadline das convenções.
Está dado o cenário de segundo turno em Campina após a desistência de Romero. E, segundo turno, como todos sabem, é outra eleição. Um território propício para viradas e adesões surpreendentes. Que o diga o vereador Veneziano Vital do Rêgo em 2004.
Para o grupo Ribeiro, no mínimo, não há o que perder com a substituição, podendo até encaixar a própria Rosália como vice. E será uma forma infalível de jamais ser esquecido do início ao fim da eleição em Campina Grande.
Vamos aguardar o dia 5.
Por Ytalo Kubitschek