Cuba enfrenta uma de suas piores crises econômicas e sociais desde o chamado “Período Especial” da década de 1990. Em Santiago de Cuba, o governo limitou a distribuição de proteína a 454 gramas por habitante durante o mês de outubro. O impacto é direto: com a escassez de trigo, o pão, que antes pesava 80 gramas, agora foi reduzido para apenas 60 gramas por pessoa. A situação nos mercados reflete essa carência, com a oferta de arroz e sal cada vez mais limitada, enquanto itens básicos como óleo e café estão simplesmente indisponíveis.
A crise se aprofunda em todos os setores. Com uma inflação anual em torno de 30% e a produção agrícola em queda, mais de 70% da população cubana já sofre com a falta de alimentos. A renda média do país, equivalente a R$ 230, deixa 89% dos cidadãos em extrema pobreza, forçando muitos a recorrerem a alternativas precárias de subsistência. O colapso econômico e social não afeta apenas o bolso: as ruas cubanas, antes tidas como um dos locais mais seguros do mundo segundo o próprio Fidel Castro, agora enfrentam uma escalada de violência, com aumento de crimes, gangues e tráfico de drogas.
Em meio a esse cenário de desespero, o governo cubano apelou ao Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, buscando ajuda para garantir a distribuição de leite para crianças menores de sete anos, evidenciando a gravidade da crise humanitária que assola a ilha.
Por: Hermano Araruna
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