A Polícia Federal deflagrou a operação “Livre Arbítrio” na manhã desta sexta-feira (18), que visa investigar a suposta influência de facções criminosas nas eleições de João Pessoa. Um dos principais alvos da operação foi o presidente da Câmara Municipal, vereador Dinho Dowsley (PSD), que foi submetido a diversas medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Entre as medidas impostas ao parlamentar, destacam-se:
- Uso de tornozeleira eletrônica.
- Proibição de frequentar os bairros São José e Alto do Mateus.
- Proibição de acessar órgãos públicos ligados ao município de João Pessoa, incluindo a prefeitura.
- Proibição de manter contato com outros investigados.
- Proibição de ausentar-se da comarca de João Pessoa por mais de 8 dias sem informar o Judiciário.
- Recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h, inclusive em dias de folga.
- Suspensão do exercício da função pública.
Dinho Dowsley é investigado pela Polícia Federal em colaboração com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/PB), sob a suspeita de envolvimento em um esquema de controle territorial, coação de eleitores por meio de ameaças e uso de violência. As diligências realizadas hoje visam coletar provas para reforçar os indícios já obtidos pela investigação, buscando responsabilizar os envolvidos pelos crimes eleitorais apurados, que incluem constituição de organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e outros.
Em nota oficial, o vereador Dinho negou as acusações e afirmou ser alvo de “ilações maliciosas” com motivações eleitoreiras. “Tenho 20 anos de vida pública, com cinco mandatos dedicados à população de João Pessoa, sem nenhum processo, denúncia ou indiciamento. Sempre fui bem votado nos bairros da capital e tive meu trabalho referendado pela força da aprovação popular”, declarou o parlamentar.
Dinho também reafirmou que desde o início da operação Território Livre, da qual a “Livre Arbítrio” é um desdobramento, tem cooperado com as investigações e está confiante de que sua inocência será comprovada. “Confio na Justiça dos homens e de Deus e estou certo de que ficará patente a minha inocência”, concluiu.
Além de Dinho, a operação também cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de Pollyanna Monteiro e Taciana Batista, que já haviam sido presas em fases anteriores da Operação Território Livre, além de um conselheiro tutelar envolvido na investigação.
A Operação Livre Arbítrio é mais um passo nas tentativas de desmantelar esquemas de influência criminosa no cenário político de João Pessoa, e novos desdobramentos são esperados à medida que a investigação avança.
O POVO PB