Antonio Cícero, um dos mais destacados escritores e compositores brasileiros, morreu nesta quarta-feira, na Suíça, após realizar um procedimento de morte assistida, decisão que tomou após lutar contra o mal de Alzheimer. Nascido no Rio de Janeiro, Cícero era uma figura multifacetada, sendo poeta, filósofo e ensaísta, além de parceiro de grandes nomes da música brasileira. Ele contribuiu para a canção popular com letras de sucesso, incluindo colaborações com sua irmã, Marina Lima, e nomes como João Bosco e Adriana Calcanhotto.
Seu legado na literatura também foi significativo, com obras que incluem ensaios filosóficos como O Mundo Desde o Fim e coletâneas poéticas como Guardar, que venceu o Prêmio Nestlé de Literatura. Em 2017, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, consolidando sua relevância na cultura brasileira. Ao longo de sua carreira, Cícero refletiu sobre modernidade, arte e filosofia, em trabalhos que impactaram diversas gerações.
A escolha pela morte assistida, que ele fez na Suíça, destaca uma prática controversa, mas legalizada naquele país, permitindo que pacientes com doenças incuráveis encerrem suas vidas de maneira digna. Cícero tomou essa decisão consciente, dentro de um sistema que exige a capacidade de discernimento e sofrimento intenso como critérios essenciais para o procedimento.
A vida e carreira de Antonio Cícero foram marcadas por uma busca incessante pelo entendimento das relações entre poesia, filosofia e música. Além de ser uma figura influente na literatura brasileira, sua contribuição à música foi imensurável. Cícero compôs letras icônicas como “Fullgás” e “O Último Romântico”, que foram imortalizadas por sua irmã Marina Lima e outros músicos.
Diagnosticado com Alzheimer, Cícero decidiu optar pela morte assistida na Suíça, onde a prática é legalizada sob critérios rígidos, como discernimento e sofrimento intolerável. Em uma carta deixada para seus amigos e leitores, Cícero explicou que escolheu partir dessa forma para preservar a dignidade e o controle sobre seu próprio destino. Sua escolha reabriu o debate sobre o suicídio assistido, tema delicado que, embora aceito na Suíça, ainda desperta controvérsias em diversos países.
Por Hermano Araruna