No Brasil de hoje, morar sozinho já não é uma decisão reservada apenas para os mais jovens ou os muito velhos. Pelo contrário, quem escolhe viver solo é cada vez mais representado entre todas as faixas etárias, especialmente entre pessoas com 60 anos ou mais, idade média dos que assumem essa independência. Segundo dados do IBGE, há quase 14 milhões de domicílios ocupados por uma só pessoa, e os dados revelam uma forte tendência dessa escolha.
Essa onda de independência, trouxe mudanças significativas. Em 2010, apenas 12% dos domicílios eram ocupados por uma única pessoa, percentual que subiu para quase 19% na última pesquisa do IBGE. Esse aumento, porém, não se restringiu apenas aos idosos, que ainda são o grupo majoritário no recorte de moradia solo. Os adultos entre 25 e 39 anos apresentaram o crescimento mais expressivo no período, passando de 8,3% para 13,4%.
A relevância é atribuída a uma “mudança cultural”, segundo o próprio IBGE. O brasileiro está postergando o casamento ou mesmo optando por não casar, o que tem se refletido na redução de uniões matrimoniais. Outro aspecto revelado é que os relacionamentos têm duração menor e os namoros estão sendo prolongados, adiando as uniões.
Contudo, viver sozinho no Brasil exige preparo financeiro. Estima-se que para sustentar uma vida solo confortável seja necessária uma renda mensal superior a R$ 5 mil. A manutenção de uma boa qualidade de vida envolve não apenas o custo da moradia, mas despesas com alimentação, saúde e outros serviços essenciais, que impactam diretamente o orçamento de quem decide trilhar esse estilo de vida.
Esses dados não apenas nos oferecem um panorama sobre os costumes atuais, mas também levantam discussões sobre o custo de vida e as escolhas que os brasileiros estão fazendo para equilibrar autonomia e finanças.
Por Hermano Araruna