Relatórios recentes revelam que o Brasil ocupa o quarto lugar em um ranking global de estresse, com 42% de sua população enfrentando níveis elevados de tensão. Em comparação com outros países, os dados acenderam um alerta para o impacto do estresse sobre a saúde física e mental dos brasileiros. Esta informação foi divulgada pelo Instituto IPSOS no relatório “Dia Mundial da Saúde Mental” de 2024, que traz uma avaliação preocupante sobre a situação da saúde mental no país e seus efeitos na população mundial.
A preocupação com a saúde mental aumentou significativamente desde a pandemia de COVID-19. Em 2018, apenas 18% dos brasileiros consideravam a saúde mental como o principal problema de saúde. No entanto, essa percepção saltou para 54% em 2024, refletindo uma realidade onde o tema saiu das sombras e entrou no foco das discussões públicas, especialmente após longos períodos de isolamento e as incertezas causadas pela pandemia. “A pandemia impulsionou a conscientização sobre a saúde mental”, indica o relatório do IPSOS, observando que o impacto foi profundo e duradouro.
Especialistas apontam que o estresse contínuo não afeta apenas o estado emocional, mas também traz consequências físicas que podem ser devastadoras. O aumento da pressão arterial e dos níveis de glicose são alguns dos efeitos fisiológicos que, segundo médicos, elevam o risco de desenvolver doenças como diabetes e problemas cardiovasculares. Freqüentemente, as respostas naturais ao estresse, como nervosismo, comprometem o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a infecções.
Outro ponto importante destacado pela IPSOS é a questão de gênero e faixa etária, com as mulheres da geração Z entre as mais impactadas. Conforme o estudo, 46% das mulheres dessa geração afirmaram que o estresse afeta significativamente suas rotinas, evidenciando uma nova geração cada vez mais sobrecarregada. Essa estatística, segundo especialistas, pode estar ligada a fatores como pressão acadêmica, financeira e social, que exercem um peso cada vez maior sobre essa parcela da população.
A situação no Brasil ressalta a necessidade urgente de políticas públicas e de apoio psicológico acessível aos brasileiros. “O buraco é mais embaixo”, dizem, referindo-se ao impacto que um cotidiano estressante tem sobre a saúde física e mental.
Por Hermano Araruna