As temperaturas extremas deste verão de 2025 têm causado impactos significativos no Brasil e em várias partes do mundo. O fenômeno, intensificado por padrões climáticos como o El Niño, expõe desafios crescentes para a sociedade e a ciência. Pesquisadores apontam que este pode ser um dos verões mais quentes já registrados, reforçando a urgência de ações globais contra as mudanças climáticas.
No Brasil, cidades como Cuiabá e Teresina têm registrado máximas acima de 40°C, exigindo adaptações imediatas. “A frequência de ondas de calor está aumentando, e as projeções indicam que essas condições podem se intensificar nos próximos anos, caso os gases de efeito estufa não sejam controlados”, afirma Paula Mendes, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) destacou que a combinação de El Niño com o aquecimento global está elevando as médias globais. Na Europa e nos Estados Unidos, temperaturas recordes vêm sendo observadas em janeiro, período que deveria ser de inverno rigoroso. “Estamos vendo padrões climáticos se tornarem mais erráticos, o que aumenta os desafios para prever eventos extremos”, disse Peter Johnson, climatologista da Universidade de Oxford.
Além do impacto direto na saúde, como o aumento de casos de desidratação e insolação, o calor extremo também ameaça a produção agrícola. No Brasil, as safras de soja e milho podem sofrer perdas devido à estiagem prolongada e à evaporação acelerada dos recursos hídricos.
Enquanto isso, autoridades tentam mitigar os danos. Campanhas de conscientização sobre hidratação e restrições no uso de água são algumas das medidas implementadas. Mas, segundo os especialistas, essas ações paliativas não serão suficientes sem uma abordagem mais ampla.
“O que estamos vivendo agora é uma prévia de um futuro ainda mais quente”, alerta Paula Mendes. “Precisamos agir não apenas para adaptar as cidades e os sistemas agrícolas, mas para reduzir as emissões de carbono, pois o tempo está se esgotando”.
O verão de 2025 reforça um alerta: o planeta está aquecendo em ritmo acelerado. A ciência traz o diagnóstico, mas cabe à sociedade decidir qual será o próximo capítulo dessa história climática.
Por Hermano Araruna