Esse resultado é fruto de políticas públicas pioneiras. Ao longo das últimas décadas, a Suécia investiu em iniciativas que alcançaram conscientização, regulamentação e alternativas ao cigarro convencional. Medidas como o aumento de impostos sobre o tabaco, restrições ao fumo em locais públicos e campanhas educativas desempenharam papéis cruciais. Outro fator relevante foi a popularização do “snus”, um tipo de tabaco oral, que, embora também contenha nicotina, é considerado menos prejudicial do que os ditos “normais”.
Delon Human, especialista em saúde pública e consultor do projeto Smoke-Free Suécia, enfatiza que o país adotou uma abordagem prática, priorizando a redução de danos. “A Suécia mostrou que é possível diminuir significativamente o número de fumantes sem recorrer a proibições radicais, mas sim promover alternativas reguladas e de menor risco”, explicou em entrevista ao portal Executive Digest .
O impacto desta estratégia é evidente: os suecos têm uma taxa menor de mortalidade por doenças relacionadas ao tabaco em toda a Europa. Estudos mostram que a incidência de câncer de pulmão no país é 41% menor que a média europeia.
Enquanto isso, países como o Brasil ainda enfrentam desafios para reduzir o tabagismo. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 9% da população brasileira é fumante — mais que o dobro do índice sueco. Especialistas defendem que iniciativas semelhantes às da Suécia, incluindo a regulamentação de produtos como cigarros eletrônicos, poderiam acelerar a redução do consumo de tabaco.
A experiência sueca lança luz sobre um debate global: como equilibrar regulação, inovação e saúde pública para enfrentar um dos maiores desafios sanitários do século. Mais do que um feito isolado, a conquista da Suécia serve de inspiração para outras nações que buscam transformar suas políticas de controle do tabaco, provando que soluções eficazes podem salvar vidas e criar sociedades mais saudáveis.
Por Hermano Araruna