O Brasil está prestes a estrear um título peculiar no cenário mundial: o esporte de carga tributária sobre consumo. Com a possível adoção de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) estimado em 27%, o país promete superar pesos-pesados como Hungria e Dinamarca. Se por um lado mudança essa visa simplificar o “cipoal” tributário brasileiro, por outro, o brasileiro médio talvez prefira chamar isso de surrealismo.
Imagine: enquanto você saboreia uma coxinha no boteco da esquina, pode estar financiando não só o orçamento público, mas também a liderança do país nesse ranking global nada glamoroso. Parece uma piada pronta, mas o bolso do consumidor é quem ri por último – nunca vai ser nem um empate.
A justificativa é até compreensível. O sistema tributário brasileiro, com seus impostos e taxas, é um labirinto que só quem trabalha no setor entende – e olhe lá. O IVA surge como uma promessa de desburocratização. Um só imposto, mais eficiência, menos dor de cabeça (pra eles). Simples? Talvez. Leve? Nem tanto.
Afinal, com uma alíquota de 27%, a sensação de colapso fiscal será tão palpável quanto o cheiro de café fresco numa padaria que não vamos mais querer parar por lá.
É irônico que países como Dinamarca e Hungria – conhecidos por serviços públicos de qualidade – estejam no mesmo patamar de carga tributária sobre consumo. Uma diferença? Por lá, o cidadão paga muito, mas também recebe muito. No Brasil, o tom é outro. Educação precária, saúde pública colapsada e infraestrutura digna de filme de desastre natural. Aqui, o cidadão paga e, em troca, ganha… bem, um tostão furado.
Resta saber se o IVA será um divisor de águas ou apenas mais um capítulo da epopeia tributária brasileira. Enquanto isso, nós, os consumidores, seguimos como protagonistas de uma comédia fiscal de gosto duvidoso. Que venha o IVA, então – o imposto que promete simplificar eu e você em mais um quesito alegórico de utopias.
Por Hermano Araruna
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