Morreu no Rio de Janeiro, aos 87 anos, Marina Colasanti, escritora, jornalista, tradutora e artista plástica. Autora de mais de 70 livros, transitou com naturalidade entre gêneros e públicos, da literatura infantil à poesia, do conto à crônica. Nascida na Eritreia, com infância passada entre Líbia e Itália, fixou-se no Brasil aos 11 anos e fez da língua portuguesa sua morada definitiva.
A literatura foi seu espaço de resistência e reinvenção. Desde a estreia, em 1968, com “Eu Sozinha”, construiu uma obra que explorou a condição feminina, o tempo, o amor e a arte. O reconhecimento veio em prêmios: nove Jabutis e, em 2023, o Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, tornando-se a décima mulher a receber a honraria máxima da instituição.
A notícia de sua morte provocou homenagens nos meios literário e político. O presidente Lula destacou sua contribuição à cultura nacional. A ABL ressaltou seu “legado inesquecível” e o escritor português Valter Hugo Mãe descreveu-a como “uma grandeza humana que fazia tremer de ternura”. A antropóloga e acadêmica Lilia Schwarcz comparou sua partida ao brilho fugaz de um cometa.
Marina Colasanti se despede, mas sua escrita permanece. No papel e na memória de leitores que, como ela, acreditam que a literatura é uma forma de habitar o mundo.
Por Hermano Araruna
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