Com mais de 50 anos de parceria musical ao lado da esposa e compositora Cecéu, Antônio Barros deixou um legado que ecoa até hoje em trios de forró, festas juninas e na memória musical brasileira. O artista, que faleceu no último domingo (6), aos 95 anos, teve suas músicas regravadas por ícones do forró e da música popular brasileira, ultrapassando barreiras regionais e conquistando o país com letras marcantes e melodias contagiantes.
Segundo dados do Ecad, essas são algumas das músicas mais regravadas do compositor: Procurando tu, É proibido cochilar, Oia eu aqui de novo, Sou o estopim; Homem com H, Brincadeira na fogueira, Naquele São João, Vamos lá pra ver, É madrugada, Mulher comprometida e Já faz tempo não lhe vejo.
A canção “É proibido cochilar” foi a música mais tocada de Antônio Barros na última década, consolidando-se como um hino nas festas de São João.
O Trio Nordestino, um dos maiores representantes do forró tradicional, foi quem mais gravou músicas de Antônio Barros e Cecéu — mais de 103 canções integram o repertório do grupo. A cantora Marinês, pioneira entre as mulheres no forró e dona de discos de ouro como “A Dama do Nordeste”, também regravou cerca de 102 composições da dupla.
O Paraíba ON conversou com Cecéu e mesmo ainda abalada com a morte do companheiro, ela relembrou com orgulho que grandes nomes da música nacional já emprestaram suas vozes às canções do casal, como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Alcione, Fernando Mendes e Ivete Sangalo.
“Nosso trabalho ultrapassou os limites da música regional e nossa música, acabou se tornando música brasileira de verdade. E com o passar do tempo, o país inteiro passou a beber dessa fonte que criamos com tanto amor” , destacou com carinho.
A primeira composição do casal foi também um de seus maiores sucessos. Inspirado em uma expressão típica do sertão, Antônio Barros criou “Procurando tu”, sem imaginar o impacto que ela teria:
Gravada inicialmente pelo Trio Nordestino, a música rapidamente caiu no gosto popular, tornando-se um clássico eterno dos festejos juninos e das rádios do Nordeste.
O corpo foi velado e sepultado em João Pessoa, no Cemitério Parque das Acácias.
A despedida foi marcada por muita emoção e música: sanfoneiros, artistas e admiradores se reuniram para prestar as últimas homenagens ao som dos grandes sucessos do mestre do forró.
Clássicos como “Procurando tu” e “É proibido cochilar” embalaram o adeus ao artista, em uma cerimônia que mais parecia um verdadeiro tributo à sua obra e ao legado deixado para a cultura nordestina e brasileira.
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