O Hospital Padre Zé, uma das instituições filantrópicas mais tradicionais de João Pessoa, corre sério risco de fechar as portas até o dia 23 de abril. A crise financeira enfrentada pela unidade é consequência direta de irregularidades cometidas pela gestão anterior, que inviabilizaram novos repasses de recursos públicos.
Atualmente sob a administração do padre George, a direção do hospital tenta reverter os prejuízos herdados, mas esbarra em barreiras legais. Desde setembro de 2023, a nova gestão atua para recuperar a credibilidade da instituição, suspendeu parcelas de um empréstimo de R$ 13 milhões com a Caixa Econômica e ampliou a capacidade de atendimento. Em apenas oito meses, quase dois mil pacientes foram assistidos.
Apesar dos avanços, as contas reprovadas entre 2019 e 2022 — período da gestão do padre Egídio de Carvalho, atualmente investigado por desvios — impedem a formalização de novos contratos com o poder público, conforme pareceres da Comissão de Licitação, da Controladoria Geral do Município e do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Sem a renovação do contrato com a Prefeitura de João Pessoa, que garante cerca de R$ 800 mil mensais para a manutenção de 100 leitos da Unidade de Cuidados Prolongados (UCP), o hospital não tem como sustentar suas atividades.
A tentativa de garantir os recursos por via judicial teve a liminar negada em primeira instância. Agora, o recurso será analisado pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
Enquanto isso, a Prefeitura afirma que, mesmo diante do impedimento legal, manteve os repasses até o fim do contrato atual. Com o término da vigência previsto para 23 de abril, os pagamentos não poderão ser continuados.
Uma audiência está agendada para a próxima segunda-feira (14), às 10h, no Ministério Público da Paraíba. O encontro reunirá representantes do hospital, da prefeitura e de órgãos de controle na tentativa de encontrar uma solução que evite o encerramento dos serviços prestados à população.
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