No Brasil, até gritar “sem anistia” virou risco de cancelamento — e não estamos falando do Twitter, mas de palcos reais. A banda Ira!, veterana do rock nacional, sentiu o peso da polarização política no gogó do vocalista Nasi, que resolveu soltar sua indignação em alto e bom som durante um show em Contagem (MG). Resultado? Quatro apresentações canceladas no Sul do país.
A frase que acendeu o fósforo foi seguida de vaias e aplausos — um típico cenário brasileiro onde até um grito de guerra causa guerra. Nasi, fiel ao estilo “paz e amor com soco na mesa”, sugeriu que os bolsonaristas da plateia procurassem a saída mais próxima. Não se sabe se saíram, mas os produtores dos shows em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul não quiseram pagar pra ver.
As casas de espetáculo alegaram “reclamações do público” e “devolução de ingressos” como motivos para os cancelamentos. Parece que, em tempos de sensibilidade à flor da pele, o rock virou porcelana.
O Ira!, até o momento, permanece em silêncio — o que, convenhamos, é bem raro vindo de quem fez carreira gritando contra tudo. A dúvida que fica é: quando a liberdade de expressão encontra a bilheteria, quem grita mais alto?
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