Reservar uma mesa para dois ou garantir um ingresso na primeira fila virou um exercício de fé — não na sorte, mas na paciência diante de uma internet tomada por bots com reflexos de ninja e sede de exclusividade. Em 2024, mais de 86% do tráfego em sites de venda de ingressos foi gerado por automações. E um terço disso veio de bots maliciosos, esses pequenos vilões digitais que compram tudo em segundos e depois vendem a preço de obra de arte.
A disputa não é mais entre fãs, mas entre humanos e códigos frios com dedos mais rápidos. O resultado? Eventos esgotados antes mesmo de você abrir a aba do navegador, e restaurantes “lotados” por reservas fantasmas que nunca aparecem.
É nesse cenário distópico que surge o World ID — não como salvador, mas como aquele amigo que chega dizendo: “Calma, eu resolvo.” A proposta é simples e ao mesmo tempo brilhante: em vez de provar quem você é, basta provar que você é alguém de verdade. Sem RG, sem CPF, sem vender sua alma digital. Só um selo: “sou um ser humano legítimo”.
Com isso, o World ID tenta puxar a internet de volta para o mundo real — onde pessoas têm nome, rosto, e, principalmente, vontade de ver um show sem precisar recorrer ao mercado paralelo. Ele promete quatro revoluções: acesso justo a serviços, proteção contra exploração, privacidade real (daquela que não acaba nos termos de uso), e resistência à invasão das IAs frenéticas que escalam mais que influenciador no TikTok.
No fundo, é uma tentativa de tornar o digital um pouco mais humano — ou pelo menos de impedir que um bot leve seu lugar no camarote.
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