Nas redes sociais, um novo capítulo da velha relação entre Brasil e Portugal tem gerado calorosas discussões e vídeos indignados com sotaque europeu: o meme “Guiana Brasileira” virou ‘tópico em alta’ — e motivo de dor de cabeça para parte da população portuguesa.
A piada consiste em tratar Portugal como se fosse um estado fictício anexado ao Brasil, uma espécie de colônia reversa, agora sob administração informal do Twitter e dos memes. Internautas brasileiros se referem a Lisboa como “capital regional” e brincam com a ideia de “portugueses precisarem de visto para entrar em Recife”.
A reação portuguesa, no entanto, não seguiu o tom da brincadeira. Usuários classificaram o meme como “bullying digital” e alertaram para o risco de “crise internacional de proporções cibernéticas”. Alguns chegaram a propor um embargo emocional à comunidade brasileira do TikTok.
Especialistas em relações internacionais — ou pelo menos comentaristas de YouTube — já analisam os desdobramentos. Estamos diante de um processo de descolonização reversa em tempo real?
A piada, como toda boa piada da internet, começou pequena, ganhou tração com memes geopolíticos de gosto duvidoso, e agora ameaça se tornar pauta séria. Há quem diga que é o início de uma nova fase do soft power brasileiro: memes como instrumentos de dominação cultural (ou, pelo menos, de zoeira internacional).
Por enquanto, o Itamaraty não se manifestou. O Ministério das Relações Exteriores de Portugal também não. Mas já circula uma petição informal exigindo que memes sobre anexações territoriais venham com legenda explicando que são ficção — ou pelo menos que incluam uma vírgula para facilitar a leitura.
Enquanto isso, o Brasil segue firme em sua política externa baseada em bom humor e memes com mapa invertido. Portugal, por sua vez, redescobre a sensação de ser colônia — nem que seja só nos trending topics.
Comente sobre o post