Desde o início do ano, escolas públicas e privadas de todo o Brasil enfrentam uma mudança significativa: a proibição do uso de celulares durante todas as etapas da educação básica. A medida, sancionada com o objetivo de melhorar a concentração e a convivência no ambiente escolar, trouxe impactos que ultrapassam os limites da sala de aula.
Educadores relatam um período intenso de reorganização. Planejamentos pedagógicos precisaram ser revistos, especialmente nas instituições que já integravam o uso de dispositivos móveis como ferramenta complementar. Em contrapartida, muitos professores apontam ganhos em atenção e participação dos alunos durante as aulas.
Mas o desafio vai além do tempo em sala. A convivência nos intervalos, antes preenchida por telas, agora exige reaprendizagem de interações sociais. Coordenadores e psicólogos escolares têm atuado com escuta ativa, propondo rodas de conversa e atividades colaborativas para fortalecer vínculos entre os estudantes.
O papel das famílias também se tornou central. A orientação sobre o uso consciente dos celulares fora do ambiente escolar ganhou espaço nas reuniões com os pais, que são chamados a participar desse processo de transição.
Embora a proibição ainda gere debate, especialmente em relação ao equilíbrio entre controle e autonomia, os relatos iniciais indicam que o impacto mais profundo talvez esteja na redescoberta do convívio e da atenção plena — lições que vão além do currículo tradicional.
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