No ritmo apressado da vida moderna, um inimigo discreto se impõe sem alarde. A hipertensão arterial, mais conhecida como pressão alta, já afeta cerca de 30% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Embora silenciosa em muitos casos, a doença representa um dos principais fatores de risco para infartos, acidentes vasculares cerebrais e outras complicações cardíacas.
Dados do Ministério da Saúde mostram um crescimento constante da condição: em 2006, 22,6% dos adultos brasileiros eram hipertensos. Em 2021, esse número subiu para 26,3%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) é ainda mais contundente — estima que 45% dos brasileiros entre 30 e 79 anos convivem com a doença, totalizando mais de 50 milhões de pessoas.
O perigo da hipertensão está, justamente, em sua discrição. Muitos não sentem nada, mesmo quando a pressão arterial já está elevada. Outros apresentam sintomas esparsos e muitas vezes subestimados: dor de cabeça persistente, sensação de peso na nuca, tontura, zumbidos, visão turva ou falta de ar. Todos esses sinais, quando recorrentes, merecem atenção.
A pressão alta ocorre quando a força do sangue nas artérias ultrapassa os níveis considerados normais. Isso exige mais do coração e causa desgaste nas paredes dos vasos sanguíneos. O esforço repetido pode provocar sérias lesões, comprometendo a saúde de forma progressiva e, muitas vezes, irreversível.
Especialistas recomendam a medição regular da pressão, especialmente para pessoas acima dos 30 anos, ou com histórico familiar da doença. Além disso, hábitos como alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, controle do estresse e redução do consumo de sal são aliados fundamentais na prevenção.
Cuidar do coração é um ato de consciência. Quando a doença avança sem ser notada, o corpo cobra seu preço em silêncio. Monitorar a pressão e adotar um estilo de vida mais saudável ainda são as melhores formas de evitar que esse inimigo invisível cause danos permanentes.
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