Neste fim de semana, um filme com raízes paraibanas alcançou o topo da lista dos mais assistidos da Netflix no Brasil. “Inexplicável”, adaptação livre do livro O Menino que Queria Jogar Futebol, levou à tela a história escrita por Phelipe Caldas, jornalista e antropólogo com trajetória marcada pela reflexão sobre identidade, sonhos e desigualdade social.
A produção, lançada discretamente, ganhou força por meio do boca a boca e de comentários nas redes sociais. Com roteiro sensível e ritmo que dialoga com o cotidiano brasileiro, o longa encontrou eco entre espectadores de diferentes idades — sobretudo por tratar de temas universais como infância, desejo e pertencimento.
Phelipe Caldas, que também é doutor em antropologia, criou em sua obra original um personagem movido pelo sonho de jogar futebol, mas que esbarra em muros invisíveis impostos por sua realidade. A história, ao ser transposta para o audiovisual, manteve esse fio condutor, mas apostou em uma estética mais contemporânea e linguagem acessível, sem abrir mão da complexidade emocional do enredo.
O sucesso de “Inexplicável” também reacende o interesse por produções brasileiras baseadas em livros e fortalece o diálogo entre literatura e cinema. Para Phelipe, ver sua obra alcançar novos públicos por meio da tela é, nas palavras dele, “como se o menino ganhasse novas chuteiras para continuar correndo”.
Entre tantas ofertas no streaming, o destaque de um filme assim é um lembrete: boas histórias ainda mobilizam, tocam e, às vezes, surpreendem.
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