A fumaça branca subiu no céu de Roma nesta quinta-feira (8), encerrando o segundo dia de conclave e anunciando ao mundo o nome do novo pontífice: o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV. Ele sucede Francisco e se torna o primeiro papa dos Estados Unidos — e também o primeiro oriundo de um país de maioria protestante.
Prevost, de 69 anos, nasceu em Chicago, mas sua trajetória eclesial se entrelaça profundamente com a América Latina. Foi no Peru que ele construiu boa parte de sua missão pastoral, enfrentando realidades sociais complexas e momentos políticos turbulentos. Essa vivência moldou sua atuação dentro e fora da Igreja.
Antes de vestir o branco papal, ocupava dois dos cargos mais estratégicos do Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. As funções o colocavam no centro das decisões que moldam a hierarquia eclesiástica, especialmente no continente que hoje concentra o maior número de católicos no mundo.
Homem de fala calma e perfil reservado, Prevost tem formação sólida: é teólogo e canonista, com passagens por centros acadêmicos em Chicago e Roma. Sua consagração como padre veio cedo, aos 27 anos, e a vida missionária começou quase em seguida. No Peru, viveu por uma década em cidades do norte do país, durante os anos duros do governo Fujimori, período em que se posicionou publicamente contra abusos de poder.
Apesar da ascensão meteórica nos últimos anos, sua trajetória não passou ilesa por controvérsias. Em 2023, já como cardeal, foi citado em denúncias de suposto acobertamento de abusos cometidos por padres quando ainda era bispo no Peru. A diocese envolvida afirma que Prevost seguiu todos os protocolos, e o Vaticano ainda investiga o caso.
A escolha do novo papa aponta para uma continuidade das reformas iniciadas por Francisco. Prevost, visto como próximo ao antecessor, defende uma Igreja mais aberta e conectada com os desafios do século XXI. Sua eleição representa também um gesto simbólico da Igreja para além da Europa, refletindo um catolicismo cada vez mais globalizado.
Com a bênção proferida da sacada da Basílica de São Pedro, começa agora um novo capítulo no Vaticano. Leão XIV herda uma Igreja em movimento, e o mundo passa a acompanhar seus passos.
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