Pouca gente se pergunta quem foi Maria, mas quase todo mundo já usou a técnica que carrega seu nome. O banho-maria, método conhecido por cozinhar com delicadeza e sem pressa, tem raízes bem mais profundas do que a travessa com água quente que vai ao forno com um pudim dentro.
A origem da prática remonta à Alexandria dos primeiros séculos da era cristã, quando alquimistas buscavam transformar substâncias e, com sorte, encontrar sentido para o mundo. Entre eles, estaria Maria, uma alquimista judia que viveu no Egito e deixou sua marca não com fórmulas mágicas, mas com um método de aquecimento. Ela teria criado um sistema para aquecer substâncias de forma lenta e controlada, evitando que queimassem ou reagissem de maneira indesejada — algo que a cozinha, séculos depois, iria agradecer.
Nos registros da época, ela aparece ora como “Maria, a Judia”, ora como “a divina Maria”, o que sugere que seu prestígio não era pequeno. A técnica, adotada inicialmente por alquimistas e médicos, migrou com o tempo para livros de receitas, e dali nunca mais saiu.
Hoje, o banho-maria continua firme nas cozinhas do mundo inteiro. Seja para preparar um creme delicado, derreter chocolate sem desespero ou acertar o ponto do cheesecake, o método ainda cumpre a função que Maria imaginou: garantir o calor certo, no tempo certo, para o resultado que se espera. Sem pressa, sem trauma e — como diria qualquer cozinheiro sensato — sem queimar o fundo da forma.
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