O médico pediatra Fernando Cunha Lima, investigado por estupro de vulnerável contra pelo menos quatro crianças, foi transferido na noite da quarta-feira (14) para o Presídio Especial Valentina de Figueiredo, em João Pessoa. Ele estava detido desde 7 de março no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
A transferência para a capital paraibana atende a pedidos feitos pelas autoridades locais, uma vez que os crimes pelos quais ele responde teriam ocorrido em João Pessoa, onde o processo tramita na 1ª Vara Criminal. A remoção também foi solicitada pela defesa das vítimas, que alegava dificuldades no andamento do caso enquanto o acusado permanecia em outro estado.
De acordo com informações do Ministério Público da Paraíba (MPPB), o médico é réu em pelo menos duas ações penais. A primeira trata de quatro episódios de abuso sexual cometidos durante atendimentos médicos, em sua maioria realizados no consultório particular. As vítimas são crianças com idades entre 4 e 10 anos, acompanhadas por seus responsáveis. A segunda denúncia, que ainda será formalizada, envolve novos relatos colhidos ao longo da investigação.
Laudos periciais e depoimentos colhidos em audiência de instrução foram anexados aos autos. O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) instaurou processo ético-disciplinar e, desde março, o registro profissional do acusado está suspenso de forma cautelar.
Com a transferência, a expectativa é de que os trâmites judiciais ganhem agilidade. A fase atual do processo inclui a formalização da nova denúncia e, em seguida, a análise final que antecede a sentença.
Atualmente detido no Presídio Especial Valentina de Figueiredo, Fernando Cunha Lima ocupa uma cela individual, equipada com geladeira, televisão e acesso a banho de sol, conforme informado por sua defesa. A unidade onde ele está custodiado é destinada a presos com curso superior ou que aguardam julgamento por crimes considerados de repercussão pública.
O caso ganhou notoriedade desde que os primeiros relatos surgiram em 2023, culminando com a decretação da prisão preventiva no início de março de 2024. O médico foi capturado em sua residência, no bairro de Manaíra, e posteriormente transferido para Pernambuco por determinação judicial. A decisão pela nova transferência considerou tanto a conveniência processual quanto questões relacionadas à segurança.
A Promotoria reforça que o processo corre em segredo de justiça para proteger as vítimas, que são menores de idade. Familiares das crianças envolvidas recebem acompanhamento psicológico, com apoio de órgãos da rede de proteção da infância.
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