O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16) que não pretende deixar o Brasil mesmo diante da possibilidade de prisão. A declaração foi dada em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, onde o ex-mandatário ironizou a investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, classificando o episódio como um “golpe da Disney”.
Bolsonaro é réu em um processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual é acusado de liderar uma organização criminosa com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de bem tombado.
Caso seja condenado, a pena somada pode ultrapassar 40 anos de prisão. Em suas declarações mais recentes, o ex-presidente reiterou que estava nos Estados Unidos no período em que ocorreram os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando a sede dos Três Poderes foi invadida por apoiadores radicais em Brasília. A defesa jurídica dele utiliza esse argumento como parte da estratégia para afastar sua responsabilidade direta na tentativa de subversão institucional.
Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou estar sendo alvo de perseguição política e judicial, e criticou decisões recentes do Supremo Tribunal Federal, como a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e a tramitação de processos contra o delegado Alexandre Ramagem. Ele também sugeriu que há ativismo por parte do Judiciário para impedir sua participação nas eleições presidenciais de 2026.
Sobre temas econômicos, o ex-presidente destacou ações de seu governo no setor agropecuário, mencionando que teria garantido segurança jurídica para o campo e combatido a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Também afirmou que sindicatos teriam se beneficiado de fraudes previdenciárias envolvendo o INSS, citando, sem provas, a atuação de pessoas ligadas ao atual governo.
A relatoria do processo que envolve o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), apontado como peça-chave na trama golpista, ficou a cargo do ministro Alexandre de Moraes, que poderá levar o caso ao plenário do Supremo.
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