O preço do gás de cozinha voltou a subir na Paraíba e tem pressionado o orçamento de famílias e pequenos empreendedores. Em João Pessoa, o valor do botijão de 13 kg já chega a R$ 130, ultrapassando em R$ 35 o teto considerado razoável por estudo técnico do Instituto do Consumidor da Paraíba, que ingressou com uma ação civil pública contra distribuidoras e revendedoras, questionando os reajustes aplicados.
O levantamento aponta indícios de margens de lucro acima do padrão de mercado, sem justificativas técnicas ou transparência nos repasses. De acordo com o Instituto, entre agosto de 2020 e maio de 2025, o preço médio do botijão praticamente dobrou — de R$ 65 para até R$ 130 — enquanto a inflação do período foi consideravelmente inferior.
A ação judicial foi motivada pela falta de clareza nos critérios de precificação, ausência de explicações sobre os custos da cadeia produtiva e o impacto direto no consumo das famílias de baixa renda e em micro e pequenos negócios, como restaurantes e padarias.
Além da ação contra os preços praticados, o Instituto questiona o modelo de repasse adotado pelas distribuidoras, que acumulam aumentos mensais e os repassam de forma concentrada aos consumidores. Essa prática, segundo o órgão, contribui para uma escalada repentina dos preços e dificulta o planejamento financeiro das famílias.
O Sindicato dos Revendedores de Gás da Paraíba (SINDGÁS) atribui os aumentos à nova política de precificação da Petrobras, que substituiu a paridade internacional por um modelo de leilões entre distribuidoras. Mesmo assim, o Instituto alega que os repasses acumulados e sem explicação técnica podem configurar prática abusiva, prejudicando o consumidor final.
A entidade aguarda agora a análise da Justiça sobre o pedido de maior transparência nos reajustes e correção de eventuais abusos na formação de preços, buscando garantir o respeito aos direitos do consumidor e o equilíbrio nas relações de consumo.
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