O Festival de Cannes prestou, nesta segunda-feira (19), uma homenagem ao cineasta brasileiro Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano. A data marcou também o aniversário do diretor, que completaria 84 anos. A exibição especial do documentário Para Vigo me voy, dirigido por Evaldo Mocarzel, levou às telas uma reflexão sensível e potente sobre a vida, a obra e os últimos pensamentos de um dos grandes nomes do Cinema Novo.
O longa reúne imagens inéditas e registros das últimas entrevistas concedidas por Diegues, em que ele fala sobre o Brasil, o cinema e os caminhos que trilhou entre a ficção e o engajamento político. A escolha de Cannes para essa homenagem não é fortuita: o festival foi, ao longo da carreira do cineasta, uma vitrine internacional para seus filmes, como Bye Bye Brasil (1979) e Xica da Silva (1976).
Em um auditório comovido, a projeção do documentário provocou aplausos longos e reverentes. Para Mocarzel, que acompanhou Cacá nos últimos meses de vida, o filme é “uma carta de despedida escrita a várias mãos”, reunindo memórias, ideias e afetos.
A presença de Cacá Diegues em Cannes, mesmo após sua partida, reafirma o lugar que ele conquistou no cinema mundial — com voz crítica, olhar generoso e um Brasil contado de dentro, por quem sempre acreditou na força das histórias que nascem aqui.
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