A promessa de um reencontro épico entre Neymar e a Vila Belmiro tem esbarrado, até agora, no banco de reservas. Neste domingo (25), em Salvador, o atacante voltou a ser preterido por Cléber Xavier, técnico do Santos, que optou em segurar o camisa 10 no banco por boa parte da vitória por 1 a 0 sobre o Vitória. Neymar entrou no segundo tempo e, mesmo participando de boas jogadas, ficou mais uma vez limitado pelo relógio — e pelas decisões do banco.
Nas redes sociais, o clima foi de frustração. Torcedores do Santos, do Vitória e até de times que não tinham nada a ver com o jogo lamentaram não ver mais minutos do craque em campo. Mas a internet não perdoa: memes, ironias e análises táticas caseiras disputaram espaço com críticas sinceras à postura da comissão técnica e ao rendimento do elenco santista.
Cléber Xavier, por sua vez, tem se equilibrado entre o pragmatismo e a cautela. Neymar voltou recentemente de uma lesão muscular, e sua condição física ainda não inspira plena confiança. Mas explicar isso a uma torcida faminta por ídolos e resultados tem se mostrado um desafio tão difícil quanto escapar da zona intermediária da tabela.
A relação entre técnico e astro, aliás, parece caminhar em um fio tênue. Na última quinta-feira, após a eliminação do Santos para o CRB na Copa do Brasil — nos pênaltis, com Neymar entrando só no segundo tempo —, o camisa 10 foi direto: “Você viu que, em 20 ou 25 minutos, eu posso fazer a diferença.” A frase, dita com aquele tom passivo-agressivo clássico dos insatisfeitos experientes, não passou despercebida nem pela imprensa, nem pelos dirigentes.
Ao ser perguntado sobre o futuro no clube, Neymar devolveu com a secura de quem já fez as malas uma vez ou outra: “Não sei”. Traduzindo do neymarês, a frase pode significar qualquer coisa entre “estou fechado com o grupo” e “me tira daqui”.
Fato é que a nova passagem de Neymar pelo Santos começou com festa e planos ambiciosos. Mas, três meses depois, o clima já parece o de uma reunião de condomínio: tenso, protocolar, e cheio de dedos. O time patina, a torcida cobra, o técnico banca a hierarquia, e o ídolo quer jogar. O script, como se vê, é quase tão previsível quanto um drible de corpo do camisa 10. Mas, até agora, o espetáculo ficou mesmo só na expectativa.
Enquanto isso, o Peixe nada. Mas ainda sem saber se para frente, para o fundo… ou só em círculos.
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