Na tarde deste domingo (25), o Flamengo foi até o Allianz Parque, enfrentou o Palmeiras em sua casa e saiu de lá com uma vitória por 2 a 0, daquelas que desenham mais que três pontos na tabela: contam uma história. Arrascaeta e Ayrton Lucas balançaram as redes e, com isso, o Rubro-Negro encostou no líder — ironicamente, o próprio Palmeiras —, agora apenas um ponto à frente.
O começo foi burocrático, como manda o figurino quando dois gigantes se enfrentam. O Palmeiras fazia pose com a bola, rodava de um lado para o outro, até que aos 10 minutos, Facundo Torres cruzou e Varela meteu o braço na jogada. Pênalti. O árbitro foi ao VAR, porque sem isso hoje nem café se toma, e confirmou a penalidade. Piquerez foi pra cobrança. E foi só. Rossi defendeu. O roteiro ideal para um goleiro que, ali, começava sua tarde de protagonista.
O erro do Palmeiras mexeu com o jogo. O Flamengo começou a gostar da bola, trocando passes com paciência, sem afobação, como quem sabe que cedo ou tarde vai encontrar um caminho. Nos acréscimos do primeiro tempo, Cebolinha até teve a chance de abrir o placar, mas chutou como se estivesse passando manteiga no pão. Weverton agradeceu.
Veio o segundo tempo e com ele, mudanças. Michael entrou no lugar de Cebolinha, Gerson sentiu o joelho e deu lugar a Danilo. Mas quem mudou mesmo foi o ritmo da partida. O Flamengo assumiu o comando e passou a rondar a área alviverde com o olhar de quem estuda a presa. Aos 21 minutos, Arrascaeta driblou, foi puxado por Murilo, e lá vamos nós de novo: VAR em ação, pênalti marcado. O próprio uruguaio foi pra bola e não perdoou. Um a zero, silêncio no Allianz.
O Palmeiras tentou reagir, mas o Flamengo não apenas parecia confortável com a vantagem, como decidido a ampliá-la. E conseguiu. Wallace Yan, recém-chegado no jogo, serviu Ayrton Lucas com um passe que pediu desculpas antes de ser interceptado. O lateral entrou na área e marcou o segundo.
Nos minutos finais, o Palmeiras tentou salvar a dignidade. Rossi, no entanto, estava em dia de paredão e fechou o gol. O apito final veio como um lembrete incômodo ao time da casa: nem sempre ter a bola significa ter o jogo.
Com a vitória, o Flamengo se posiciona como desafiante sério ao título e deixa o Brasileirão mais apertado — e mais interessante. O Palmeiras, por sua vez, volta a pensar: o que é pior do que perder em casa? Perder para um rival direto e ainda ver o goleiro adversário sair ovacionado.
No Allianz, o silêncio foi rubro-negro.
Por Hermano Araruna
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