Depois de anos de queda constante, o Brasil voltou a tragar más notícias. Pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2007, o número de fumantes adultos cresceu. Segundo o Ministério da Saúde, o índice saltou de 9,3% para 11,6% em 2024. Um sopro de alívio para a indústria do tabaco — e de preocupação para os cofres públicos.
O recorte de gênero também acende luzes vermelhas: 13,8% dos homens fumaram no ano passado, contra 9,8% das mulheres. O detalhe amargo? O crescimento está ligado, em boa parte, ao apelo dos cigarros com aditivos. Aromas e sabores artificiais transformaram o velho vício em produto gourmet — especialmente entre os mais jovens, que agora fumam com gosto de menta, chocolate ou frutas tropicais. Combina com stories.
Mas o charme aromático tem seu custo. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) calcula que, para cada R$ 1 arrecadado com impostos do tabaco, o governo gasta R$ 5 tratando doenças causadas por ele. No fim do dia, a matemática é simples: uma morte para cada R$ 156 mil de lucro da indústria. Um negócio que continua lucrativo — mesmo que a conta venha com internação, quimioterapia e, em muitos casos, velório.
O país que já foi exemplo em políticas antitabagistas agora vê a fumaça voltando pela porta dos fundos, com embalagem colorida e cheiro de tutti-frutti. Enquanto isso, o sistema de saúde se prepara, mais uma vez, para apagar o incêndio com balde furado.
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