O consumo excessivo de álcool continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso nocivo da substância está ligado a mais de 200 doenças e condições, incluindo diversos tipos de câncer, transtornos psiquiátricos e doenças cardiovasculares. No Brasil, estima-se que cerca de 3% da população sofra com algum grau de dependência alcoólica. O problema, no entanto, vai além das estatísticas: ele afeta famílias, empregos e vidas inteiras — muitas vezes em silêncio.
Embora a dependência seja uma condição complexa, o caminho para o tratamento está mais acessível do que muitos imaginam. A rede pública de saúde oferece alternativas gratuitas e eficazes para quem deseja interromper o ciclo do alcoolismo. O primeiro passo pode ser dado na UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima, onde profissionais estão preparados para fazer o acolhimento inicial e encaminhar o paciente para atendimento especializado.
Uma das principais referências no tratamento da saúde mental e de dependências é o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), que atua com equipes multiprofissionais, incluindo médicos, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. O objetivo é promover uma abordagem contínua e humanizada, com base no vínculo entre paciente e equipe.
Para quem prefere iniciar o processo em espaços de apoio comunitário, o Ministério da Cidadania mantém um Mapa Virtual de Localização de Grupos de Ajuda (https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/app-sagi/geosagi/maps/?g=1) que permite encontrar reuniões de Alcoólicos Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos (NA) e grupos de apoio a familiares em todo o país. A plataforma indica endereços, telefones e horários de reuniões, facilitando a busca por apoio presencial.
Além dos riscos à saúde, o alcoolismo costuma provocar perdas materiais e emocionais: dificuldades no trabalho, afastamento de pessoas próximas e, em muitos casos, isolamento social. A boa notícia é que o tratamento é possível — e quanto mais cedo começa, maiores são as chances de recuperação.
Reconhecer o problema é parte do processo. Procurar ajuda é um ato de coragem. E, em um país com milhões de dependentes de álcool, cada pessoa que rompe o silêncio dá um passo não só por si, mas por uma sociedade mais consciente e saudável.
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