Se tem um lugar onde o São João vai além da festa e vira identidade, esse lugar é a Paraíba. Terra de forró autêntico, quadrilhas que emocionam e tradições que resistem ao tempo, o estado transforma o mês de junho em um verdadeiro espetáculo popular. De leste a oeste, dos grandes centros às pequenas comunidades rurais, a celebração junina é vivida com intensidade, fé e um orgulho que só quem é nordestino entende.
A fogueira acesa no terreiro é mais que decoração: é símbolo de acolhimento, fé e resistência cultural. É na Paraíba que estão algumas das maiores festas de São João do país, como Campina Grande e Santa Luzia, mas também arraiais menores que mantêm vivas tradições passadas de geração em geração.
Uma curiosidade que pouca gente sabe: a Paraíba é o único estado brasileiro com uma rota oficial de São João, que interliga cidades com festas tradicionais reconhecidas nacionalmente. E mais: algumas escolas públicas paraibanas oferecem disciplinas eletivas voltadas à cultura junina, ensinando a história, os ritmos e até a produção de figurinos e adereços.
No interior, ainda é comum ver padres celebrando missas campais à luz da fogueira, bois de fogo iluminando as noites e sanfoneiros passando o mês inteiro sem parar de tocar. O milho não é apenas comida, é memória afetiva. A palha da canjica, o cheiro da pamonha e o som da zabumba compõem a sinfonia de um povo que se reconhece nesse ciclo anual de celebração.
E por falar em tradição: você sabia que a primeira cidade a realizar uma guerra de espadas no Brasil foi Sousa, no Sertão paraibano, no século XIX? Hoje, a prática foi proibida, mas ainda vive na memória popular como uma das marcas mais curiosas da festa.
Ao longo de junho, a Paraíba se transforma em uma vitrine de si mesma. E cada cidade, cada comunidade, dá um jeito de manter a cultura acesa, seja com grandes palcos ou com festas de rua, seja no figurino das quadrilhas ou na reza do santo casamenteiro.
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