Com a chegada do período junino, o milho verde volta a protagonizar o cenário das feiras livres e mercados públicos de João Pessoa. Entre os meses de maio e julho, a procura pelo produto se intensifica, impulsionando a economia informal e garantindo uma renda adicional a feirantes e comerciantes locais.
Nas primeiras semanas de junho, o movimento nas bancas aumenta consideravelmente. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), que administra os mercados públicos da capital, o fluxo de consumidores chega a dobrar em algumas localidades, especialmente nas vésperas de datas comemorativas como o Dia de São João (24 de junho). O milho, vendido em espigas ou já debulhado, se transforma em ingrediente essencial de pratos típicos como pamonha, canjica, bolo e mungunzá.
“Junho é o nosso Natal”, resume dona Marlene Alves, feirante há mais de 20 anos no Mercado da Torre. “É o mês em que conseguimos equilibrar as contas e até guardar um pouco.” Segundo ela, o preço da mão de milho pode variar de R$ 25 a R$ 40, a depender da oferta vinda da zona rural paraibana e do volume de chuvas durante o plantio.
O milho comercializado nas feiras da capital vem, em sua maioria, de municípios do brejo e do agreste paraibano, como Alagoa Grande, Areia, Bananeiras e Esperança. A produção é familiar, cultivada em pequenas propriedades que mantêm a tradição agrícola voltada para a sazonalidade das festas juninas.
Além do valor cultural e gastronômico, o ciclo do milho verde tem peso econômico relevante. A Sedurb estima que, apenas no mês de junho, a comercialização do milho movimente entre R$ 2 a R$ 3 milhões na capital, considerando os mercados públicos, feiras livres e vendas diretas em bairros.
Para atender à demanda e garantir a segurança alimentar, a Vigilância Sanitária intensifica as fiscalizações nesse período, verificando o acondicionamento dos produtos e a higiene dos pontos de venda.
As festas juninas, além de manterem vivas as tradições nordestinas, revelam-se, ano após ano, um motor de dinamização da economia local, com o milho verde no papel de protagonista.
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