Trancar a porta virou coisa do passado. No modelo que começa a crescer no Brasil, basta reconhecimento facial. Internet já instalada, cama arrumada, café esperando no térreo, equipe disponível 24 horas e zero preocupação com fiador ou contrato engessado. Parece ficção, mas é realidade — e tem nome: Multifamily.
Muito difundido nos Estados Unidos, onde já responde por mais de 90% dos contratos de aluguel, o Multifamily começa a ganhar força por aqui. O conceito é simples: prédios inteiros planejados exclusivamente para locação, administrados por uma só empresa, com estrutura e serviços dignos de hotelaria. A diferença? Você mora, não se hospeda.
No Brasil, uma das primeiras a apostar nesse novo jeito de morar foi a JFL Living, com empreendimentos em áreas nobres de São Paulo, como Vila Olímpia, Jardins e Faria Lima. Os apartamentos vêm prontos: mobiliados, equipados, com enxoval no lugar e equipe de suporte de prontidão.
Mais que estrutura, a proposta é oferecer tempo e tranquilidade.
A rotina dos moradores inclui academia bem equipada, segurança eletrônica reforçada, serviços de limpeza e café da manhã no próprio prédio. Segundo Sara, funcionária que começou como camareira e hoje integra o setor administrativo, a atenção ao morador vai muito além do check-in.
“Desde que a pessoa chega, a gente faz questão de explicar tudo, mostrar os espaços e estar por perto. É mais do que recepção, é cuidado mesmo”, diz.
Quem escolhe esse tipo de moradia? O público é variado: executivos em temporada de trabalho na capital, estudantes estrangeiros — especialmente asiáticos —, famílias em transição ou reforma e até pacientes em tratamento médico prolongado. Segundo a JFL, cerca de metade dos contratos é feita com empresas que buscam um espaço funcional e confortável para seus funcionários temporários.
O interesse por esse modelo tem uma explicação econômica: a casa própria ficou mais distante. De 2015 a 2024, o valor dos imóveis subiu 54% nos EUA e 26% na Espanha, segundo a OCDE. O aluguel tradicional continua exigente, burocrático e, muitas vezes, mal resolvido. O Multifamily surge como uma resposta eficiente e moderna a esse novo cenário.
Sara destaca que o diferencial não está apenas nos serviços, mas na sensação de pertencer. “Os moradores ligam, conversam, pedem ajuda. E confiam. Às vezes, o pai liga de outro país só para saber se o filho está bem. E a gente cuida.”
No Multifamily, o preço não reflete só o espaço, mas o tempo que você ganha ao não precisar se preocupar com nada disso: instalação de internet, compra de móveis, chamada de manutenção, burocracias de entrada e saída. Tudo é pensado para oferecer praticidade e conforto imediato.
“Eu daria nota 100”, diz Sara. “O que a gente oferece é mais que moradia. É tranquilidade. A pessoa não precisa sair para resolver nada.”
Mais do que uma tendência importada, o Multifamily se firma como resposta direta a um novo estilo de vida. Menos coisas para resolver, mais tempo para viver. E uma estrutura que entende o morador como alguém que quer viver bem — e não apenas ocupar um espaço.
Se antes morar bem era privilégio de quem comprava, agora pode ser também de quem aluga — desde que escolha um lugar que entregue mais do que um imóvel. Entregue cuidado.
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