O Olé, da Argentina, não perdeu tempo: “Batacazo histórico”, bradou. E não foi exagero. O campeão da Libertadores derrubou o campeão da Champions como quem derruba uma taça de cristal — barulhento, improvável e, acima de tudo, divertido. Afinal, há quanto tempo um sul-americano lembrava à Europa que futebol não se joga só com cifrão?
Na França, o clima era de velório esportivo. O L’Équipe resumiu com amargura: “Derrubado de um pedestal”. Aparentemente, o PSG subiu tão alto que esqueceu como se joga aqui embaixo. O RMC Sport foi ainda mais dramático: “Paris com as costas na parede”. Talvez seja hora de trocar os painéis táticos por espelhos.
E o Marca, da Espanha? Ah, esse já fez as contas para o Atlético de Madrid, que agora se equilibra como pode entre PSG e Botafogo. “Está nas cordas”, avisou o jornal, já prevendo que Simeone pode acabar assistindo às oitavas do sofá. Ou do banco, com cara de poucos amigos.
Até esta quinta-feira, o confronto entre clubes da América do Sul e da Europa na Copa do Mundo de Clubes era um elegante empate – daqueles que ninguém perde, mas também ninguém lembra. A vitória do Botafogo, além de inédita, foi um soco bem dado na narrativa do favoritismo europeu. Um lembrete incômodo de que, no futebol, nem sempre quem veste grife sai com o troféu.
O PSG, entre um drible e outro de ego, se esqueceu de marcar. O Botafogo, entre um susto e outro, lembrou que gol vale mais que posse de bola. E foi assim, com um chute só, que o time carioca derrubou a torre Eiffel. Sem pedir licença. E sem devolver o troco.
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