Na Paraíba, as ligações de telemarketing com voz metálica e frases ensaiadas estão, oficialmente, com os dias contados. Entrou em vigor nesta terça-feira (1º) uma nova lei que proíbe empresas de usarem robôs, bots ou qualquer software automatizado para oferecer produtos e serviços por telefone. Em bom português: se a chamada não for feita por uma pessoa de verdade, ela não deveria nem acontecer.
A autoria é do deputado estadual Dr. Romualdo (MDB), mas o aplauso — pelo menos do lado do consumidor — vem de quem já perdeu a paciência ao ouvir, pela enésima vez, um “Olá, tudo bem com você?” que ninguém pediu. A norma foi promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), e já está valendo.
Pelo texto, qualquer contato telefônico com fins comerciais feito por sistemas automatizados — aqueles que tocam música genérica e oferecem promoções que você nunca pediu — está proibido. E não é só proibição no papel: se a empresa insistir e fechar um contrato por meio de ligação automatizada, o negócio pode ser anulado.
A medida parece simples, mas tem implicações relevantes. Para os consumidores, significa menos interrupções na hora do almoço. Para as empresas que apostavam na automação em massa, um alerta claro: ou adaptam o atendimento, ou vão amargar prejuízo.
Em tempos de inteligência artificial, em que robôs são treinados para parecer gente, a lei paraibana vai na contramão — exige que, ao menos no telemarketing, sejamos atendidos por humanos de carne, osso e paciência.
A fiscalização deve ficar a cargo dos órgãos de defesa do consumidor. Já o cumprimento, como sempre, dependerá da velha fórmula: pressão pública e atenção às letras miúdas. Mas uma coisa é certa: na Paraíba, a robótica comercial acaba de sofrer sua primeira derrota oficial.
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