Apostar na sorte vai custar mais caro. A partir de 10 de julho, a aposta simples da Mega-Sena salta de R$ 5 para R$ 6. O reajuste anunciado pela Caixa Econômica Federal também atinge modalidades como Quina, Lotofácil, Dupla Sena, Super Sete e Loteca. Em tese, a medida busca “sustentabilidade” e aumento de repasses sociais. Na prática, o brasileiro que sonha com a bolada terá que desembolsar mais antes de sequer sonhar com o prêmio.
Essa é a segunda alta no preço das apostas em menos de dois anos de governo Lula. De 2022 para cá, o valor do bilhete subiu R$ 1,50 — um aumento de 33% no ticket da esperança. Enquanto isso, os prêmios não têm reajuste fixo: dependem da arrecadação e da sorte dos concorrentes.
O impacto da medida vai além das casas lotéricas. Segundo economistas, o aumento será contabilizado no IPCA, índice que mede a inflação oficial. A previsão é de que o efeito represente 0,08% a mais na inflação dos meses de julho e agosto. Um número modesto, mas simbólico num país onde até o preço da fé vira estatística inflacionária.
A justificativa da Caixa é que os recursos das apostas financiam projetos sociais em áreas como segurança, cultura e educação. O repasse, de fato, existe — mas para quem só vê o bilhete não premiado no fim do dia, a sensação é de que a maior aposta segue sendo no improviso econômico.
Enquanto isso, o concurso 2883 da Mega-Sena promete distribuir R$ 6,5 milhões a um sortudo. Para o restante dos brasileiros, o que vem a seguir é o desafio de seguir apostando — agora com mais cautela, menos troco e o mesmo sonho de sempre.
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