Nem só de preguiça, arranhões e olhares de desprezo vivem os gatos. Esses especialistas em ignorar comandos humanos, ao que tudo indica, também podem ser aliados discretos da nossa saúde — pelo menos é o que alguns estudos ousam afirmar entre um miado e outro.
Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, resolveram seguir mais de 4 mil pessoas por uma década (provavelmente porque estavam sem um gato por perto para ocupar o tempo) e chegaram a uma conclusão surpreendente: quem convive com felinos tem até 33% menos chance de sofrer um infarto. Talvez porque, com um gato em casa, o máximo de estresse permitido seja quando ele derruba um vaso às três da manhã.
O segredo pode estar no toque. Acariciar um gato acalma, desacelera o coração e, veja só, baixa a pressão arterial. É quase um mindfulness com pelos — desde que o bicho colabore e não fuja da sua mão. E se você não tem um em casa, ainda há esperança: assistir a vídeos de gatos também ajuda. De acordo com cientistas da Universidade de Indiana, o hábito melhora o humor e aumenta a disposição para lidar com problemas. (Mas cuidado para não trocar o currículo pela 12ª compilação de “gatos se assustando com pepinos”.)
E o benefício não para por aí. Crianças no espectro autista, por exemplo, mostram avanços em empatia e interação social quando convivem com gatos. Essa descoberta, publicada no Frontiers in Veterinary Science, indica que os felinos, apesar da fama de independentes, oferecem vínculos emocionais profundos — quando querem, claro. Já adultos com transtornos mentais relatam que os gatos são companhias terapêuticas e, pasme, mais compreensivas que muita gente por aí.
Quer mais uma razão para tolerar pelos em cima da cama? Exposição precoce a gatos pode reduzir o risco de asma e alergias em crianças. Sim, o mesmo animal que provoca espirros em uns, pode ensinar o sistema imunológico de outros a se comportar. A natureza tem um senso de ironia curioso.
Agora, nem tudo são ronronadas. Gatos também podem transmitir doenças como a toxoplasmose — especialmente os que vivem soltos e fazem a própria caça. Mas gatos domesticados, bem cuidados e com visitas regulares ao veterinário oferecem riscos bem menores. Em outras palavras: não trate seu gato como um lobo selvagem e tudo ficará bem.
No fim das contas, talvez os gatos não sejam apenas os reis da internet e das almofadas. Eles podem, sem querer, estar salvando corações, mentes e sistemas imunológicos — tudo isso enquanto dormem 16 horas por dia.
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