Enquanto milhares de estudantes sonhavam com o futuro universitário, um grupo de golpistas resolveu faturar em cima desse sonho — e faturou alto. Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal iniciou a operação “Só Oficial” para investigar um esquema de fraude que desviou cerca de R$ 3 milhões de candidatos ao Enem 2024.
O golpe foi engenhoso na forma e desleal na intenção: sites falsos, com aparência quase idêntica à do Inep, enganaram estudantes durante o período de inscrição. Tudo parecia real — brasões, linguagem institucional, até o jeitão dos botões. Só que o dinheiro da taxa de inscrição, que deveria ir para o governo, acabava direto numa conta de uma empresa privada sem vínculo nenhum com o MEC.
O pagamento era via Pix — rápido, prático e… irreversível. Resultado: inscrição não validada, candidato fora da prova, prejuízo financeiro e emocional. Alguns só descobriram o golpe quando já era tarde demais.
A Polícia Federal realizou buscas em Praia Grande (SP) e bloqueou contas para tentar recuperar parte do valor. Um dos envolvidos já tem uma ficha extensa de estelionato — e, ao que tudo indica, não começou a aplicar golpes ontem.
Enquanto as investigações continuam, fica o estrago: milhares de jovens que, por um clique errado, perderam a chance de disputar uma vaga no ensino superior em 2024. Para muitos, o Enem não é só uma prova — é um recomeço, um escape, um futuro.
A lição, infelizmente aprendida na dor, é antiga: em tempos digitais, desconfie de tudo que parece “oficial demais”. E confirme o link antes de transferir dinheiro. Porque, como os candidatos enganados descobriram, no Pix não tem Ctrl+Z.
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