Se tem alguém que não precisa mais provar que sabe transitar entre a lei e o caos com charme e sotaque, esse alguém é Wagner Moura. Depois de colocar Pablo Escobar no mapa emocional de metade do planeta, o ator baiano resolveu brincar de ladrão de drogas em “Ladrões de Drogas” — e, veja só, parece que a Academia de Televisão gostou da ousadia.
A série, exibida na Apple TV+, é daquelas que têm roteiro afiado, tensão dosada e um Wagner Moura que flutua entre o drama e o deboche como quem atravessa a fronteira com um pacote suspeito no porta-malas. A premissa é simples: dois caras decidem fingir que são traficantes para roubar drogas de verdade. O que era para ser um golpe esperto vira um desmantelamento completo de uma rede de narcotráfico. Clássico: plano ruim, execução pior, resultado excelente para o entretenimento.
A Variety, aquela mesma que os estúdios leem antes do café da manhã, resolveu incluir o nome de Moura na sua tradicional lista de previsões para o Emmy 2025. Ele aparece como forte aposta para Melhor Ator Coadjuvante em série limitada ou antológica — o tipo de categoria que, nos últimos anos, virou um desfile de grandes atuações em minisséries que ninguém viu, mas todo mundo jura que ama.
E não para por aí: segundo a mesma publicação, Moura também pode acabar no Oscar. Sim, o Oscar. Aquele da estatueta dourada e dos discursos emocionados com o tradutor simultâneo chorando junto. A aposta da vez? O Agente Secreto, o filme que já lhe rendeu prêmio em Cannes e pode garantir mais uma dobradinha Brasil-Hollywood que não envolve futebol ou memes.
As indicações oficiais ao Emmy saem nesta segunda (15), e se o nome de Wagner estiver mesmo lá, será só mais um lembrete de que o Brasil não é só o país do samba, mas também da atuação de altíssima octanagem. Moura, ao que tudo indica, segue firme na missão de ser o único brasileiro que consegue entrar armado nos EUA e sair condecorado.
Quem diria, Capitão Nascimento: o sistema pode até ser bruto, mas quando vê talento… se rende.
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