Por muito tempo, acreditou-se que uma taça de vinho no fim do dia ou uma cerveja social aos fins de semana não representavam grande risco à saúde — especialmente ao cérebro. Mas estudos recentes de larga escala estão virando essa narrativa de cabeça para baixo.
Pesquisas que acompanharam mais de 36 mil adultos apontam um dado difícil de ignorar: não existe quantidade “segura” de álcool quando o assunto é o cérebro. Mesmo o consumo leve, inferior a uma dose diária, já está associado à perda de massa cerebral. E essa perda não é sutil — equivale, em termos práticos, a anos de envelhecimento acelerado.
Entre as áreas mais afetadas está o hipocampo, uma estrutura fundamental para a memória e o aprendizado. Bebedores moderados apresentam um risco até três vezes maior de encolhimento nessa região em comparação com pessoas que não bebem. Ou seja: não é preciso ser alcoólatra para que o álcool comprometa, silenciosamente, suas funções cognitivas.
Os dados vêm se acumulando há décadas e, hoje, formam um consenso preocupante entre cientistas. A boa notícia é que o cérebro, embora vulnerável, também tem capacidade de recuperação. Reduzir ou abandonar o consumo pode significar mais do que uma escolha de estilo de vida — pode ser um investimento real em lucidez, memória e qualidade de vida a longo prazo.
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