A empresa KNP Logistics Group, com 158 anos de história no transporte em Northamptonshire, teve suas operações destruídas por um simples erro: uma senha fraca que permitiu o acesso de hackers. O grupo de ransomware Akira invadiu os sistemas da empresa, criptografou os dados e exigiu um resgate bilionário, algo entre £5 milhões (cerca de R$ 37 milhões). Como era de se prever, a KNP não tinha essa quantia e encerrou suas atividades, deixando cerca de 700 funcionários sem emprego.
O caso da KNP é apenas um exemplo extremo de uma epidemia crescente: ataques de ransomware (tipo de software malicioso (malware) que impede o acesso aos dados ou sistemas de um usuário) se tornaram a maior ameaça cibernética ao Reino Unido e a infraestrutura nacional, conforme revelado pela NCSC (o centro de segurança digital do GCHQ). Em 2024, a agência lidou com 430 incidentes, 16% a mais do que no ano anterior, sendo 20 deles relacionados a ransomware e 89 considerados de “impacto nacional”.
A vulnerabilidade das empresas é evidente: muitas dependem de práticas mínimas de segurança, falta de autenticação multifator e descaso com treinamento. O NCSC alerta que os ataques estão mais frequentes, mais complexos e impulsionados por gangs com apoio estatal e uso de inteligência artificial.
Especialistas sugerem que a epidemia de ransomware só será combatida num esforço conjunto entre prevenção tecnológica (senhas fortes, vigilância constante) e políticas públicas que considerem até proibir pagamentos de resgate. Enquanto isso, cada porta digital insegura pode representar o fim de outra empresa centenária e o desemprego de centenas de pessoas.
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